Depois daquela viagem
Título: Depois daquela viagem
Editora: Atica Editora
Páginas: 279
Ano: 2003
Vou te confessar uma coisa. Hoje me perguntei, como e quando começou a minha paixão por
livros, pois bem. Começou aos nove anos. E o primeiro livro que eu li foi
Depois daquela viagem. Sim, acreditem eu li esse livro com nove anos de idade.
Imaginem naquela época – 14 anos atrás não é tanto tempo, mas visto agora com
os olhos de que tudo evoluiu – aos nove anos de idade eu
não fazia ideia do que significava AIDS, e so fui descobrir quando li o livro.
Aos nove anos de idade tudo naquele livro me chamava atenção. E sim, naquela
época julguei o livro pela capa, e o desejei porque achei bonitinho. Hoje, já
perdi a conta de quantas vezes o li. Claro que, quando li pela primeira vez
tive uma ideia não tão madura do que se tratava. Hoje.. é bem mais claro, né.
Vamos
a resenha desse livro/vida então.
O livro
se passa por volta dos anos 80 – 90. Valéria descobriu ainda muito jovem (para
ser mais exata, aos 16 anos – realidade de muitas adolescente-), que era soro
positivo. Jovem, bonita e atraente, Valéria começa sua história contando sobre
uma viagem que fez com seus pais em um Cruzeiro. Neste cruzeiro Valéria
encontra um rapaz de 25 anos – que mais tarde virou seu namorado. Pois bem,
passado um tempo, Valéria se vê num
relacionamento abusivo, na qual apanha do rapaz, é diminuída e é tratada como
inferior. Apesar disso tudo, ela acha que é culpada por tudo isso. A série de
mal tratos só termina quando a família flagra uma cena de agressão e interfere
pelo fim do relacionamento.
Após
dois anos, Valéria descobre ser portadora do vírus da AIDS, o HIV. Como só
havia transado com o namorado que a espancava, a equação é óbvia: ele a
contaminou. E já era difícil falar sobre isso em uma época em que a internet
não era acessível. Não havia tantos tratamentos e a doença já era diretamente
associada a morte. Imagine isso para uma garota que mal havia chegado aos 18
anos. Até então, a AIDS era associada apenas aos gays e praticantes do sexo
anal, o que não era o caso de Valéria. O preconceito com portadores do vírus no
Brasil era absurdo e a falta de tato dos hospitais e planos de saúde não
ajudava a atrair uma perspectiva melhor para os infectados. A única palavra
era: morte.
Resolveu
então esconder a doença de todos e aprender a conviver com sua nova realidade,
buscando conforto apenas em si mesma.
Aprendeu
a ver o mundo com novos olhos, aproveitar os momentos, já que não sabia se
poderia planejar seu futuro, visto que na época, possuir o vírus HIV era
sinônimo de morte.
Não
parou sua vida por isso. Viajou ao exterior para estudar, onde começou seu
tratamento.
Porém,
ainda evitava qualquer tipo de relacionamentos, e aos poucos, começou a se
afastar de seus amigos também. Durante sua viagem, Valéria adquiriu muito
conhecimento sobre o assunto, e ao voltar para o Brasil, tomou coragem e contou
a situação para seus amigos e familiares, os quais deram todo o apoio possível.
Valéria me mostrou o
caminho dos livros e logo de cara sobre um assunto tão importante e ao mesmo
tempo tão cheio de tabus para os jovens em forma de um bate papo informal. A
história é real, o que cativa ainda mais o leitor na luta diária de Valéria.
A história é narrada em um tom divertido, mostrando o lado que poucas pessoas conhecem. Valéria não é só uma portadora do vírus HIV. Valéria é uma jovem garota conhecendo o mundo e entendendo a vida, assim como qualquer pessoa de 18 anos.
A história é narrada em um tom divertido, mostrando o lado que poucas pessoas conhecem. Valéria não é só uma portadora do vírus HIV. Valéria é uma jovem garota conhecendo o mundo e entendendo a vida, assim como qualquer pessoa de 18 anos.
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