[RESENHA] DO ÍNFIMO - Maria João Cantinho
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| Foto: Arquivo Editora Penalux.
Do
Ínfimo ● Maria João
Cantinho ● 2018 ● Poesia● 71 Páginas
● Classificação: 5/5 ● Cortesia Editora Penulux.
Primeiro
gostaria de agradecer a Editora Penalux por me dar a honra de ter em mãos esse
exemplar maravilhoso. Para quem não
conhece a autora, Maria João Cantinho recebeu o prêmio literário Glória de
Sant’Anna 2017. É uma autora magnifica que conquistou meu coração já tem algum
tempo.
Composto
por vinte e quatro poesias, Maria retrata em seus versos sentimentos profundos
e diversificados. Sentimentos descritos nas entrelinhas, fazendo o leitor
refletir sobre seu descrito.
O
livro ainda conta com contos do livro Caligrafia da Solidão, contos delirantes
e magníficos, tem a mesma “pegada” de suas poesias, o que torna tudo
maravilhoso. Maria João é uma mulher que enfrenta seus limites e destrói suas
barreiras.
Sem
dúvidas, tenho as minhas poesias favoritas e vou deixar uma aqui para vocês.
Recomendo demais esse livro, escrito com maestria. A Editora Penalux não só fez
um trabalho lindo com a capa do livro como com a diagramação e edição do livro,
pois Maria João é de Portugal, então trabalhar com a edição de suas palavras
não é um trabalho fácil, mas a editora conseguiu e desenvolveu um trabalho
belíssimo.
“Gestos”
Um dia vamo-nos. Todos,
Ainda que haja variações no
modo de partir,
A uns sobram-lhes asas
E outros enredam-se nas ervas
daninhas
Como rosto colado ao lodo.
Aos que anseiam subir
E beijar as estrelas é
conveniente
Que saibam olhar o alto
Sem se demorarem na idolatria.
Na montanha gelada há sempre
lugar
E so o tempo aponta o caminho a
neve
Para alguns, não há desvios
Para outros, todos os caminhos
são desvios.
A única que fica é o pó
Uma definitiva mão
Que tudo anoitece.
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